Total de visualizações de página

segunda-feira, 25 de junho de 2012


Tecnologia criada pelo MIT coloca você praticamente dentro da TV [vídeo]

Sistema de iluminação analisa em tempo real os frames do conteúdo apresentado e projeta representações dele nas paredes e teto.
Pesquisadores do departamento Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveram um sistema de iluminação de ambiente que faz a tecnologia Ambilight da Philips parecer brincadeira de criança.
O Infinity-by-Nine, como foi batizada a novidade, analisa os frames do que está sendo apresentado na TV em tempo real e projeta uma representação (um tanto quanto borrada) do conteúdo nas paredes e teto.
Sincronizado com uma câmera de movimento, esse efeito se estende para a visão periférica de quem estiver assistindo, promovendo uma experiência mais imersiva. A princípio, essa expansão das imagens deve fazer com que você se sinta envolvido pelo cenário de um filme, por exemplo.
A equipe responsável pelo projeto sugere que a tecnologia seja usada para jogar video game, aplicações de sistemas de segurança, desenvolvimento de interfaces de software, entre outras utilidades. Ainda não há expectativa da adoção do Infinity-by-Nine em aparelhos comerciais.



Toyota e BMW planejam ampliar parceria para carros mais eficientes

Aliança poderá se estender para fabricação de carros mais leves.
Em troca, japoneses compartilharão tecnologias 'verdes'.


Enquanto a aliança da BMW com a Peugeot Citroën poderá ser revista, a parceria da fabricante alemã de carros de luxo com a japonesa Toyota deverá ser ampliada. Segundo a agência Kyodo, os grupos planejam compartilhar tecnologia de veículos híbridos, de célula de combustível, prevista no anúncio dessa aliança, em dezembro passado, e também aquela para fabricar carros mais leves.
Ainda de acordo com reportagem da agência nesta segunda-feira (25), os porta-vozes de Toyota não quiseram fazer comentários, mas ambas as companhias pretendem melhorar sua competitividade e reduzir custos no desenvolvimento de tecnologias para carros com consumo mais eficiente.
Será a primeira vez que a Toyota, que planeja lançar seu primeiro veículo elétrico de célula de hidrogênio em 2015, compartilha seus conhecimentos técnicos no que se refere a este tipo de automóveis. O "carro verde" mais conhecido da montadora japonesa é o Prius, híbrido em que o motor elétrico predomina, que ela deverá trazer para o Brasil ainda neste ano. Já existe uma versão 100% elétrica desse carro, vista no último Salão de Tóquio, em dezembro passado. No mesmo evento, a montadora mostrou, entre seus conceitos, o FCV-R(veja no vídeo acima), que deve servir de base para o carro a ser lançado em 2015.
Esse tipo de tecnologia permite uma autonomia maior para o carro elétrico na comparação com as demais opções disponíveism, que dificilmente passam dos 160 km. O conceito japonês, segundo a montadora, roda até 700 km sem precisar de recarga.
Em troca de conhecer os avanços neste terreno e no da tecnologia para veículos híbridos da Toyota, a BMW, por sua vez, compartilhará sua tecnologia para fabricar carros mais leves mediante o uso da fibra de carbono, informa a Kyodo. Conforme o acordo assinado em dezembro passado, a BMW fornecerá à Toyota motores diesel de 1,6 e 2 litros, a partir de 2014, para veículos destinados ao mercado europeu.





iPhone 5 pode ter tecnologia NFC, apontam rumores

O protótipo do novo iPhone teria controladores de NFC conectados à unidade de gerenciamento de energia do aparelho.

                             A tecnologia permitiria que pagamentos eletrônicos sejam feitos através do aparelho. (Fonte da imagem: Reprodução/9to5 Mac)

Especulações quanto ao novo iPhone 5 não param de aparecer — especialmente após a apresentação do iOS 6 na WWDC 2012. Entre os rumores que estão sendo fortemente apontados está a possibilidade de que o próximo iPhone venha com a tecnologia Near Field Communication (NFC), algo que trará serviços mais avançados ao smartphone.

Segundo o site 9to5mac, investigações referentes ao código de hardware do novo iPhone levam a crer que o NFC está a caminho e que as implicações disso serão grandiosas. Primeiramente, com essa tecnologia a Apple poderá competir com o Google Wallet e outro serviço semelhante que virá no Windows Phone 8.

Em outras palavras, tal novidade poderá fazer da nova versão do iPhone uma verdadeira carteira digital. Já existiam vários rumores quanto à aposta da empresa em um sistema de pagamentos eletrônicos, e o anúncio do Passbook — aplicativo que permitirá a compra de ingressos para shows, filmes, teatro etc. — reforçou ainda mais as suspeitas.

Ainda segundo os boatos, a empresa poderá combinar um processador de pagamento no aparelho para transações com cartão de crédito. O NFC também permitiria aos proprietários do iPhone uma maneira rápida e fácil de compartilhar arquivos de um dispositivo iOS para outro.

sexta-feira, 22 de junho de 2012



Apple encara Google com sistema de mapas e melhoras no Siri


SAN FRANCISCO, Estados Unidos (Reuters) - A Apple revelou seu novo sistema de mapas para aparelhos móveis e melhorou as capacidades de busca de seu assistente de voz Siri, levando concorrência a territórios dominados pelo Google.
O presidente-executivo da companhia, Tim Cook, que substituiu Steve Jobs em agosto de 2011, comandou o lançamento dos novos serviços -entre os quais um serviço de mapas próprio, melhoras no software Siri e uma barra de buscas no navegador Safari- como parte de um esforço para conter o Google e sua plataforma Android, que registra rápido crescimento.
A Apple modificou diversos aspectos de seu sistema operacional móvel para convencer mais usuários a se manterem dentro de seu ecossistema. As mudanças marcam um reforço do arsenal da Apple, que busca manter controle pleno sobre seu ambiente de aplicativos e hardware, mantendo vantagem diante de fabricantes de aparelhos equipados com o Android, como a Samsung Electronics.
Mas o ponto alto do evento foi o lançamento do serviço de mapas da Apple, depois de anos de desenvolvimento, como desafio direto ao Google Maps, uma das funções mais populares tanto nos celulares inteligentes equipados com o Android quanto no iPhone.
O novo sistema operacional móvel da Apple, o iOS6, estará disponível a partir do final do ano e virá com o sistema de mapeamento "construído da base ao topo", disse Scott Forstall, que comanda a área de software da Apple.
O novo sistema substituirá o Google Maps, que até o momento vinha carregado automaticamente no iPad e iPhone, pelo aplicativo Apple de mapeamento, o que representará grande revés para o Google, que obtém metade do tráfego móvel ao seu serviço de mapas de aparelhos da Apple.
A decisão sinaliza a transformação da amizade entre as duas gigantes da eletrônica -Eric Schmidt, antigo presidente-executivo do Google, um dia fez parte do conselho da Apple- em amarga rivalidade que está determinando a evolução do setor de comunicação móvel. Jobs, co-fundador da Apple morto em 2011, declarou, controversamente, que estava disposto a um "ataque termonuclear" contra o serviço de buscas líder da Web, depois que o Google decidiu posicionar o Android como rival do iPhone.
Agora a Apple fará tudo que pode para se tornar menos dependente do Google, disse Colin Gillis, analista da BGC Partners.
"O que acontece é que um dia o Google pode decidir não fornecer mapas à Apple", disse Gillis. Uma empresa não pode depender assim de um concorrente."
O serviço de mapas da Apple vem com um serviço de imagens tridimensionais de cidades chamado "Flyover", acompanhado com atualizações em tempo real a situação do trânsito e com recursos de orientação detalhados, que o Google oferece para aparelhos Android, mas não para aparelhos Apple.
E o Siri, o inovador serviço de buscas por voz instalado no iPhone que os usuários criticam por seus defeitos e insuficiências, agora também estará disponível no iPad e oferecerá respostas com base em um banco de dados amplo de informações especializadas, especialmente sobre esportes, cinema e restaurantes.
O Siri também estará integrado ao novo serviço de mapas, permitindo que os usuários obtenham orientação passo a passo.
Embora a Apple esteja chegando atrasada ao mercado de instruções de navegação passo a passo, Charles Golvin, analista da Forrester, afirmou que o novo serviço da Apple oferecia diversos detalhes interessantes, demonstrando a capacidade da Apple para usar a experiência dos rivais e "ir ainda além".
Ele também mencionou um novo aplicativo para o iPhone e iPad chamado Passbook, que organiza as passagens aéreas, ingressos de cinema e programas de fidelidade de um consumidor em seus aparelhos eletrônicos. O aplicativo "é um prenúncio de que eles farão muito, muito mais", disse Golvin, mencionando o mercado móvel de pagamentos e comércio eletrônico.
Por fim, os executivos anunciaram que a Apple havia integrado o serviço líder de redes sociais, Facebook, de maneira mais profunda ao sistema operacional, permitindo que usuários do Siri publiquem fotos usando comandos de voz.

Assistente de voz da Apple poderá ser integrado a carros da GM


O sistema MyLink, que se conecta a smartphones e já funciona em alguns carros da Chevrolet, poderá ter integração com o assistente de voz Siri, da .... Foto: Divulgação
O sistema MyLink, que se conecta a smartphones e já funciona em alguns carros da Chevrolet, poderá ter integração com o assistente de voz Siri, da Apple
Foto: Divulgação
O interesse de fabricantes de automóveis em integrar o assistente de voz Siri, da Apple, a veículos foi comentado durante a Worldwide Developers Conference (WWDC) deste ano. Aparentemente, já surgiram os primeiros candidatos a tal inovação: dois compactos da General Motors poderão incluir o novo recurso Eyes Free, divulgou o site CNet, citando texto publicado no blog GM Authority.
Os modelos Chevrolet Spark e Chevrolet Sonic são cotados para a estreia. Os dois veículos já podem ser equipados com o sistema de informação e entretenimento da GM, o MyLink, que funciona integrado ao smartphone do motorista. O MyLink aproveita a conexão à internet do aparelho para acessar uma variedade de aplicativos, e usa o Bluetooth para atender e efetuar ligações telefônicas sem a necessidade de tirar as mãos do volante.
Como outros sistemas de informação e entretenimento disponíveis no mercado, o MyLink é ativado pela voz, mas só responde entre 50 e 60 comandos. Entretanto, se for integrado ao Eyes Free, poderia se tornar um recurso bem mais intuitivo para os usuários do iPhone 4s.
De acordo com uma fonte do GM Authority, ainda não há uma data oficial para o anúncio da novidade, mas deve-se ouvir falar mais do assunto nos próximos 12 meses.

Apple iPhone 5 vai envergonhar Samsung Galaxy S3

Apple iPhone 5 vai envergonhar Samsung Galaxy S3, diz director executivo da Foxconn. Foxconn é parceira da Apple no fabrico de Apple iPhone 5.

Foxconn, uma das maiores parceiras da Apple e responsável pelo fabrico dos smartphones da fabricante da maçã, inclusive o tão aguardado Apple iPhone 5, foi recentemente anfitriã de um encontro anual de investidores da empresa, onde o director executivo da Foxconn, Terry Gou, terá feito algumas críticas à Samsung, empresa rival da Apple e com a qual se encontra em renhidas disputas legais.
Apple iPhone 5 vai envergonhar Samsung Galaxy S3
De acordo com o Focus Taiwan, o director executivo da Foxconn terá assumido o compromisso de derrotar a Samsung por se declarar contra uma empresa com um registo de denunciar os seus concorrentes, em referência a uma decisão da Samsung, assumida em 2010, de reportar quatro empresas do Taiwan que estavam a ser investigadas pela União Europeia (em relação a um escândalo sobre fixação de preços em ecrãs planos).
E como não poderia deixar de ser, uma clara alusão ao Apple iPhone 5, smartphone da Apple que aFoxconn deverá fabricar. De acordo com Gou, que apelou aos consumidores para aguardarem pelo lançamento do sucessor do Apple iPhone 4S, o próximo smartphone da Apple deverá envergonhar o actual topo-de-gama da Samsung, o Galaxy S3.

quinta-feira, 21 de junho de 2012


Produção de peças para TV da Apple já está adiantada

Foxconn deve receber peças do suposto televisor da Apple no próximo trimestre. Se a informação estiver correta, o lançamento pode acontecer ainda neste ano

Televisor iTV, da Apple

    Desenho mostrando como poderá ser o televisor iTV, da Apple

São Paulo – A Foxconn deve receber peças da suposta televisão da Apple já no próximo trimestre, segundo o Apple Insider. A Sharp, fabricante de alguns componentes, entre eles o LCD, é uma das empresas que vai entregar peças à Foxconn e, por conta disso, teria adiantado a produção.
A expectativa do mercado é que a Sharp forneça as telas de LCD para a Foxconn. A parceria será natural em função da Foxconn possuir 11% das ações da Sharp e ter direito a 46,5% da produção de LCDs de sua fábrica, que fica em Sakai, no Japão.
Há poucas semanas, representantes da Foxconn confirmaram que a compra foi motivada pela produção da nova TV da Apple. Apesar do assunto ser tratado abertamente pela Foxconn, a Apple não confirmou oficialmente sua intenção de produzir a TV. Existem especulações sobre o produto poder ser colocado no mercado antes do fim deste ano.
O analista Brian White, do Topeka Capital Markets, afirmou, no começo do mês, que fontes na Sharp teriam indicado que a TV da Apple possuiria “um tipo especial de tecnologia de captação de movimento”. Um controle remoto com touchscreen também está entre os rumores. Atualmente, a Sharp produz as famosas telas Retina display do novo iPad.


'Steve Jobs nunca me perdoou', diz executivo que afastou o criador da Apple do comando da empresa nos anos 80

Arrependido, americano diz que Jobs deveria ter sido escolhido CEO à época. 'Eu poderia ser um mentor. Teríamos continuado amigos'

Steve Jobs e John Sculley em 1984: um ano mais tarde, Sculley afastaria Jobs da empresa Steve Jobs e John Sculley em 1984: um ano mais tarde, Sculley afastaria Jobs da empresa (Ed Kashi/Latinstock)

Aos 73 anos, o executivo americano John Sculley alcançou êxitos em sua carreira. Tem em seu currículo, por exemplo, a condução da estratégia que transformou a Pepsi em uma real concorrente da toda-poderosa Coca-Cola, na década de 1970. Mas sua biografia profissional ficará para sempre marcada pela saída de Steve Jobs da Apple, em 1985. Não foi propriamente uma demissão, segundo o próprio Sculley e também a biografia de Jobs, escrita pelo jornalista americano Walter Isaacson e lançada no ano passado. O afastamento de Jobs do comando de projetos da companhia foi uma deliberação do conselho da Apple. Sculley, então CEO, tomou partido na questão contra Jobs – que, vale lembrar, fundara a Apple em 1976. Desprestigiado, o criador irascível saiu. Só voltou em 1996, quando Sculley já havia saltado da grande maçã. Passados 27 anos, Sculley admite arrependimento por não ter conduzido de outra maneira a crise em torno de Jobs: "Sempre me pergunto por que nunca o procurei para dizer: 'Essa é a sua companhia. Pegue ela de volta'", diz. Ao mesmo tempo, ele defende que a saída da Apple abriu para Jobs uma jornada de amadurecimento fundamental para os anos dourados que viriam: "Quando voltou à companhia, ele era mais maduro, mais velho e mais sábio e, assim, se transformou em um ótimo CEO." Sculley está em São Paulo, onde participa, nesta quinta-feira, da abertura do Info Trends, evento sobre cultura digital promovido pela Editora Abril, que publica VEJA. Na entrevista a seguir, ele fala sobre os conselhos que dará durante o evento aos novos empreendedores, comenta os novos negócios em que está envolvido e, é claro, faz um balanço sobre sua relação com Steve Jobs, morto em outubro.
Leia mais:
Steve Jobs e a Apple: vida, invenção e memória

"O outro" CEO da Apple

O senhor morou no Brasil na década de 1970. Como foi essa experiência? Isso foi em 1973, quando trabalhava na Pepsico. Vim ao país para cuidar da Elma Chips. Morei em São Paulo, mas viajava muito para Curitiba, Porto Alegre, Santa Catarina e Belém.
O que o senhor pretende dizer aos participantes do Info Trends? Fui convidado a falar sobre como nascem grandes ideias nas grandes companhias. Também vou contar um pouquinho sobre a minha experiência profissional na Pepsico e na Apple. Em resumo, a minha apresentação abordará métodos para desenvolver uma cultura de criatividade. Tipicamente, as grandes empresas têm dificuldade em aceitar o fracasso. Já as companhias inovadoras aceitam melhor as falhas e aprendem com elas. É por isso que no Vale do Silício o fracasso é visto como algo positivo. Ele faz parte do processo de aprendizado. 
Divulgação/Info Trends
Divulgação/Info Trends
John Sculley durante apresentação no Info Trends, nesta quinta-feira

É importante falhar, então, para alcançar o sucesso? Sim, é importante. As empresas também devem aprender a se adaptar a mudanças. Muitas pessoas acham que Charles Darwin (naturalista britânico, autor do clássico Origem das Espécies) falava sobre sobreviventes e derrotados, mas se você estudar as suas teorias perceberá que ele sempre destacou a capacidade de adaptação das espécies ao seu ambiente. Estamos falando sobre adaptação e não sobre força. O mesmo acontece com as empresas. Há 20 anos, a Kodak era uma companhia de 20 bilhões de dólares. Neste ano, uma empresa de pouco mais de 12 meses, chamada Instagram, foi vendida por 1 bilhão de dólares, enquanto a Kodak declarava falência. A questão é: por que uma empresa jovem resolveu um problema que uma gigante do setor de fotografia não conseguiu resolver? Isso ocorreu porque parte dos funcionários da multinacional era composta por pessoas muito inteligentes, que vieram de importantes universidades, mas que não tinham uma cultura apropriada para essa rápida mudança de paradigmas. Se você não se adapta em momentos de ruptura, nunca se renovará de maneira efetiva.


A Apple, que o senhor dirigiu entre 1983 e 1993, é hoje é uma das maiores empresas do mundo. É prova de que ela soube se adaptar a novas realidades? Com certeza. As pessoas sempre amaram música, mesmo antes do iPod. O que aconteceu foi que a companhia descobriu que havia uma nova maneira de escutar música. A tecnologia por trás do iPod veio de outras empresas, mas seu grande diferencial estava no design. Foi com Steve Jobs que descobri a importância do design. Se voltarmos para a década de 1980, veremos que a experiência do usuário foi a grande sacada do Macintosh. O computador era bonito. O Steve não era engenheiro, mas tinha bom gosto e entendeu o estilo. Ele era perfeccionista. 


O senhor fez um grande trabalho de marketing para a Pepsico e para a Apple. O que as duas companhias tinham em comum? A cada dez Coca-Colas vendidas nos Estados Unidos, uma Pepsi era comercializada. Fizemos pesquisas de mercado para entender como desenvolver um marca concorrente. A Coca-Cola descobriu uma forma nova de se apresentar aos consumidores e logo chegamos à conclusão de que seria necessário criar uma nova garrafa para a Pepsi, já que a da Coca era muito mais bonita. Ela se encaixava perfeitamente na mão. Era perfeita. Fizemos uma ação e enviamos a Pepsi para 15.000 residências. Criamos, então, a primeira garrafa grande de plástico com o primeiro código de barras. Se o líder de mercado está ganhando o jogo, então você tem de mudar as regras e começar uma nova partida. Não podíamos ser a Coca-Cola, porque ela já era boa demais: então, mudamos as regras e organizamos o Pespi Challenge. Em shoppings e em outros locais públicos, oferecíamos dois copos iguais, um com Coca-Cola e outro com Pepsi. Os consumidores eram encorajados a experimentar os dois produtos e apontar o preferido. Em seguida, representantes mostravam qual era o refrigerante escolhido. Tínhamos câmeras que registravam a expressão dos fãs de Coca-Cola descobrindo que haviam escolhido Pepsi. Em síntese, os americanos preferiam a Pepsi. Chamamos isso de marketing de experiência. Quando encontrei Steve Jobs pela primeira vez, na década de 1970, disse a ele que não vendíamos o produto, mas, sim, a experiência. E ele amou aquilo. Ele me apresentou o projeto do Macintosh, que ainda não estava sendo desenvolvido, e me contou sobre o seu conceito. Em 1984, quando lançamos o computador durante o Super Bowl, não mostramos o produto. Não falamos sobre tecnologia, mas focamos na experiência que aquela inovação podia proporcionar às pessoas. O comercial teve grande repercussão e foi considerado um dos melhores da década. Ou seja: apliquei o marketing de experiência nas duas situações.


O senhor disse que aprendeu a importância do design com Jobs. O que ensinou a ele? Acho que ensinei a ele o que era esse tal de "marketing de experiência".


O senhor leu a biografia escrita por Walter Isaacson? Não, mas pelo que ouvi por aí o livro foi muito bem feito. A realidade é que o Steve sempre foi brilhante. Eu posso reconhecer nas coisas que a Apple faz hoje todos os princípios que ele criou na época em que trabalhamos juntos, no início da década de 1980. O que as pessoas não sabem é que o brilhante CEO dos últimos anos aprendeu muito ao longo de toda a sua trajetória. A realidade é que o Macintosh fracassou e Steve ficou muito chateado. Ele começou a culpar a mim e a todos pelo ocorrido. Culpou-me, por exemplo, pelo preço elevado do equipamento, mas a verdade é que aquela tecnologia era muito poderosa para a época. A decisão de afastar Steve da liderança foi do conselho da Apple, que incluía Mike Markkula, um dos fundadores da empresa. Eles conversaram e, dez dias depois, disseram estar de acordo com o trabalho, mas não com Steve. Tentaram contê-lo e ele acabou pedindo demissão. O Steve nunca me perdoou por isso. Aquela era a sua companhia. A empresa já tinha feito a sua oferta pública de ações (IPO) e tinha compromissos com seus acionistas. Tínhamos uma amizade e confiávamos um no outro. Depois que "brigamos", nunca mais voltamos a nos encontrar. Steve nunca me perdoou mesmo.


Era difícil trabalhar com ele? O problema ali foi a mudança de cultura. Inicialmente, é claro, a Apple era uma empresa privada, em que o fundador tem autonomia para fazer coisas da sua maneira. Quando abriu o capital na bolsa, a companhia passou a ter de seguir regras e regulamentos. Steve criou suas próprias regras. Isso causou conflitos. Jobs aprendeu muito depois de deixar a Apple. Quando voltou à companhia, ele era mais maduro, mais velho e mais sábio e, assim, se transformou em um ótimo CEO. Eu acho que a Apple continuará tendo sucesso, porque ele criou um bom time. 


Tim Cook, atual CEO da Apple, será capaz de dar continuidade ao projeto de Jobs? Com certeza. Acho Cook brilhante também. Acredito em toda a equipe. Jonathan Ive, vice-presidente de design industrial, é um ótimo profissional.


Desde que saiu da Apple, o senhor falou muito pouco sobre aqueles episódios. Por quê? Durante 27 anos, preferi não falar sobre o assunto. Ironicamente, Steve era muito calado e não se abria com os outros executivos. Há poucas pessoas no mundo que o conheceram como eu. Mas nunca falei sobre isso porque sabia que ele era uma pessoa discreta. Eu respeitava essa característica dele.


Se o senhor pudesse voltar no passado, o que mudaria nessa relação com Jobs? Com certeza, muitas coisas. Eu acho que o conselho da Apple deveria ter escolhido Steve como CEO. Eles entrevistaram muitas pessoas antes de me escolher. Eu poderia ter sido contratado para dar a Steve todo apoio necessário na Apple, para ser um mentor. Assim, provavelmente as coisas teriam acontecido de outra forma. Eu e Jobs teríamos continuado nossa amizade. Eu era o CEO de uma empresa aberta e tinha de seguir regras, mas o Steve queria seguir as suas próprias regras. Sempre me pergunto por que nunca o procurei para dizer: "Essa é a sua companhia. Pegue ela de volta." Era claro que ele era excepcional em termos de design de produtos e poderia ter sido um bom líder. Mas, algumas vezes, parece que ficamos cegos. Talvez um mentor pudesse ter me ajudado a enxergar isso na época. 


Desde 1995, o senhor tem atuado como investidor. Em que tipo de empresas tem apostado suas fichas? Tenho me interessado pelo setor de saúde. Esse mercado movimenta 2,6 trilhões de dólares nos Estados Unidos e é muito, muito maior do que o setor de tecnologia da informação. Ninguém está feliz com o seu plano de saúde, e encontrei nesse nicho muitas oportunidades. Tenho apostado em algumas empresas, como o MD Life e o Careverge. Estou investindo nessas companhias e atuo como mentor, como acionista. Faço parte do conselho, mas não sou o CEO de nenhuma delas. Há muitas pessoas da nova geração criando soluções como Pinterest, Instagram, LinkedIn e Foursquare, mas eu não posso ajudá-los. Eu sou da velha geração e não uso esses produtos. Não sou usuário do Twitter e entrei no Facebook há seis meses. Por outro lado, estou profundamente envolvido com o setor da saúde. Durante os últimos anos, estudei as políticas, os protocolos e a complexidade das empresas que atuam nesse mercado. Nessa área, sei que posso ajudar, porque entendo como integrar novas tecnologias a esses sistemas.


O que o senhor acha do Facebook? O serviço e o seu CEO/fundador (Mark Zuckerberg) são brilhantes. Eu acho muito importante mantê-lo na liderança. O Facebook tem grandes desafios pela frente, principalmente na área móvel, porque eles precisam descobrir como monetizar nessa área. Todo mundo está caminhando para essa direção, e o Facebook ainda não aparece bem nesse segmento.